A situação das pessoas em situação de rua (PSR) no Brasil atingiu um patamar alarmante, demandando atenção urgente e ações efetivas. Os números recentes revelam uma crise social em crescimento, impulsionada por fatores econômicos, sociais e pela fragilização de redes de apoio.
O Retrato Atual: Uma Crise em Ascensão
Dados recentes, com base no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e estudos de instituições como o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), indicam um aumento significativo no número de PSR no país:
- Em 2025 (Março): O número de pessoas vivendo em situação de rua, registradas no CadÚnico, alcançou mais de 335 mil.
- Aumento em 2024: Um levantamento da UFMG apontou que o número chegou a 327.925 no final de 2024, representando um aumento de aproximadamente 25% em relação a dezembro de 2023.
- Comparação Histórica: As estimativas demonstram que, em 2022, havia cerca de 281.472 pessoas nesta situação, um aumento de 211% em relação à estimativa de 2012.
Perfil e Distribuição
O perfil predominante das pessoas em situação de rua cadastradas é majoritariamente:
- Masculino (cerca de 84% a 87%).
- Adulto (faixa etária de 18 a 59 anos, representando cerca de 88% do total).
- Negro (cerca de 68% se declaram pardas ou pretas).
A concentração regional é notável, com a Região Sudeste reunindo a maior parte da população em situação de rua. As capitais com os maiores números absolutos incluem São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Fatores de Exclusão
As principais razões que levam as pessoas a viverem nas ruas são complexas e multifatoriais:
- Ruptura de Vínculos Familiares: O principal motivo, citado por muitos.
- Desemprego e Pobreza Extrema: A falta de trabalho e a impossibilidade de pagar por moradia.
- Problemas com Álcool e Outras Drogas.
- Perda de Moradia.
O Papel Vital das Casas de Passagem
Diante deste cenário, as Casas de Passagem emergem como um equipamento fundamental na Rede Socioassistencial (SUAS) do Brasil.
O que são as Casas de Passagem?
São unidades de acolhimento institucional imediato e emergencial, destinadas a adultos, famílias e pessoas em situação de rua, muitas vezes em trânsito ou em situações de desabrigo momentâneo, abandono ou migração. O serviço é de alta complexidade e geralmente tem uma duração de permanência reduzida.
Por que elas são tão importantes?
- Garantia de Direitos e Dignidade: Oferecem um local seguro para pernoite, alimentação, higiene pessoal e guarda de pertences, assegurando os direitos básicos do cidadão.
- Proteção Imediata: Proporcionam acolhimento a qualquer hora do dia ou da noite, essencial para quem está em situação de vulnerabilidade e risco.
- Porta de Entrada para a Rede: Atuam como ponto inicial para o acesso a outros serviços. As equipes realizam o “estudo de caso” e o Plano Individual de Atendimento (PIA). Para a gestão eficiente e transparente desse fluxo complexo, muitas prefeituras e secretarias buscam Sistemas de Gestão especializados.
- Reconstrução de Vínculos: Trabalham para restabelecer os vínculos familiares e/ou sociais fragilizados, buscando o retorno seguro da pessoa ao convívio comunitário.
- Encaminhamento a Políticas Públicas: Promovem o acesso à documentação civil, benefícios socioassistenciais (como o Cadastro Único), saúde, educação e programas de qualificação profissional, essenciais para a construção da autonomia e de um novo projeto de vida.
As Casas de Passagem, portanto, vão além de oferecer um teto. Elas representam um espaço de escuta qualificada, acompanhamento psicossocial e planejamento para que o indivíduo possa, de forma digna e autônoma, superar a situação de rua e se reintegrar à sociedade. A qualidade do atendimento é a prioridade, e para que as equipes sociais possam focar integralmente no usuário, a organização e o monitoramento dos dados são cruciais. Ferramentas de gestão, como a Plataforma Gestão 360 – Social da Seta Sistema, oferecem o apoio necessário para otimizar os serviços e as ações de mitigação desse problema, garantindo um acompanhamento eficaz. Investir e aprimorar esses equipamentos é um passo crucial para enfrentar esta crise social e garantir que cada cidadão tenha a chance de um recomeço.
